O banco central decidiu nesta quarta-feira (04) elevar sua taxa básica, a Selic, em mais 1 ponto percentual, de 11,75% para 12,75% ao ano, conforme esperado pelo consenso do mercado.
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No comunicado em sua última reunião em março, o BC disse que o ciclo de alto rendimento deve continuar avançando significativamente em território mais contracionista. E disse que fará outro ajuste de mesma magnitude nesta reunião de quarta-feira.
Mas e a rentabilidade dos grandes investimentos de renda fixa? Onde investir? Nós no portal No Lugar Ideal fez simulações e ouviu especialistas alertando contra o investimento em títulos prefixados do Tesouro Direto em particular.
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Com essa modalidade, o investidor sabe exatamente qual lucratividade colherá quando o título vencer, pois é calculada com base em indicadores atuais. No entanto, como o banco central ainda pode aumentar as taxas de juros para combater a alta inflação, o investimento significaria ganhos reais menores para o investidor.
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Além disso, levando em conta a inflação projetada, a poupança deve ser negativa pela primeira vez desde dezembro passado. Que teve retorno fixo de 0,5% ao mês mais a TR (taxa referencial), regra que vale para toda vez que a Selic atingir o patamar de 8,5% ao ano ou mais. Confira abaixo:
Poupança em baixa
Desde a reunião do Copom de dezembro, quando o BC elevou a Selic para 9,25%, a caderneta de poupança voltou a ter rentabilidade fixa. Porque a partir de 2012, a rentabilidade passou a depender das taxas de juros.
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A regra é a seguinte: se a taxa Selic for menor ou igual a 8,5% ao ano, o retorno da poupança é de 70% da taxa Selic mais a taxa de juros referencial (TR). Por outro lado, se a taxa de juros ficar acima de 8,5% ao ano (como está agora), a caderneta de poupança tem um retorno fixo de 0,5% ao mês mais a TR (ou 6,17% ao ano). Saiba mais sobre como funciona a lucratividade da economia.
Então, se levarmos em conta esse aumento da taxa Selic e a inflação implícita de 7,36% calculada pela Anbima para os próximos 12 meses, o retorno real da caderneta de poupança fica negativo.
Por outro lado, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário), indicador que acompanha as oscilações da taxa Selic. Que é utilizado como referência para a maioria das aplicações de renda fixa, continua em alta.
Taxa Selic em 12,75%: quanto esta rendendo as aplicações?
Com essa nova alta de juros, os investimentos que acompanham o CDI, ou a própria taxa Selic, ficam ainda mais atrativos em relação à poupança. confira abaixo:
- Certificado de Depósito Bancário (CDBs) (títulos de dívida de bancos)
- Tesouro Direto (papéis de dívida do governo)
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
Quanto rende R$ 1.000 com a nova Taxa Selic?
O economista Samy Dana, da InvestNews, calculou os retornos embolsados em diversas modalidades com a Selic em 12,75%. Por exemplo, ao aplicar R$ 1.000 na poupança por um ano, o poupador terá um retorno real negativo ao final de 12 meses. Levando em consideração a taxa de juros referencial e descontando a inflação estimada pela Anbimas de 7,36%.
Se o mesmo valor for aplicado em um CDB que remunere 100% do CDI, o lucro para o investidor após 12 meses é de R$ 27,48. Já levando em consideração o pagamento da alíquota de 17,5% do imposto de renda incidente sobre a renda (se o dinheiro é investido entre 361 dias e 720 dias), mais inflação.
Essa diferença fica ainda mais clara quando se compara a caderneta de poupança com as aplicações em LCIs e LCAs. Já que as cartas de crédito para os setores de agronegócio e imobiliário são isentas de imposto de renda. (Veja a tabela abaixo).
Renda fixa com Selic em 12,75%: Onde Investir?
Investir em títulos pós-fixados (quando a rentabilidade segue a taxa Selic ou CDI) continua entre as opções mais recomendadas pelos analistas. Devido à sua alta liquidez (resgate fácil em dinheiro) e segurança, principalmente na formação da reserva de caixa. Emergência.
As taxas de juros e a inflação devem continuar subindo. Os títulos do Tesouro Direto, em particular, são ainda mais proeminentes devido ao menor risco de crédito, dada a chance quase zero de um default soberano.
“Com a taxa de juros batendo 12,75%, a remuneração dessas aplicações atinge o ‘famoso’ 1% ao mês que os investidores amam. Ao aplicar em um CDB com liquidez diária que pague 100% do CDI, já é possível obter esse retorno”, relata Fabio Louzada, economista, analista CNPI e CEO da escola Eu Me Banco.
Se o dinheiro investido não for destinado à reserva de emergência e o investidor puder deixar o dinheiro investido por mais tempo, as Letras de Crédito Imobiliário (LCI). E também são uma boa opção, já que a modalidade é isenta de imposto de renda.
Por outro lado, especialistas aconselham cautela ao investir em títulos de renda fixa (nessa modalidade, o rendimento pago na data de vencimento dos títulos é comunicado antecipadamente). Porque ainda é cedo para saber quais serão os próximos passos da autoridade monetária brasileira.
Renda variável
Segundo especialistas, o momento de investir em renda variável é desafiador porque o investidor tem uma renda fixa atrativa sem precisar correr riscos. No entanto, Patrícia Palomo, planejadora financeira CFP da Associação Brasileira de Planejamento Financeiro (Planejar); explica que mesmo com altas taxas de juros tornando o investimento em títulos de renda fixa atrativos, os investidores não devem abrir mão da renda variável.